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Mutirão oftalmológico avalia lesões de pacientes que tiveram toxoplasmose

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Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Entre esta segunda e terça-feira, 18 crianças com toxoplasmose congênita e adquirida serão atendidas em um mutirão oftalmológico no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). A iniciativa é do hospital junto ao Instituto Paulista de Estudos e Pesquisas em Oftalmologia (Ipepo) e a Advance Vision, também de São Paulo.  

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Segundo a médica oftalmologista Aline Reetz Conceição, que é especialista em retinopatia da prematuridade, todas as crianças que serão atendidas no mutirão já estavam em acompanhamento no Husm desde quando o surto da doença foi confirmado, em abril de 2018. A diferença é que, agora, os profissionais estão utilizando um aparelho mais moderno, que foi emprestado pela distribuidora paulista somente para fazer esses exames específicos em Santa Maria.

- Ele facilita no diagnóstico até de lesões que não são detectadas no exame mais simples. Todas essas crianças possuem lesão ocular. Algumas cicatrizaram, mas a gente deve seguir acompanhando pelos próximos cinco anos para ver se não vai surgir nenhuma reatividade - explica a especialista, que revelou que já atendeu cerca de 200 crianças com toxoplasmose após o surto.

O APARELHO
O equipamento, chamado de RetCam, é fabricado nos Estados Unidos e custa, em média, R$ 400 mil. No Brasil, existem apenas 28 unidades, sendo utilizado mais nos tratamentos de retinoblastoma (câncer na retina) e de retinopatia da prematuridade (Rop). Essa foi a primeira vez que ele foi usado para diagnóstico de toxoplasmose. O exame de oftalmoscopia binocular indireta na rede privada custa aproximadamente R$ 1 mil.  

- Esse aparelho tem um campo de visão maior, dá mais riqueza de detalhes. O exame tradicional é feito com um oftalmoscópio e, geralmente, o médico desenha o prontuário, ou registramos descrevendo a lesão. Tudo isso faz parte de um estudo descritivo para tentar se compreender melhor a etiologia desse que é o maior surto do mundo - comenta o oftalmologista João Rafael Dias, de Chapecó, que é colaborador do Ipepo e já participou de mutirões de exames de Zica no Nordeste.

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A pequena Helena Schimidt Kubiaki, de 1 ano e 8 meses, foi uma das crianças que fez o exame nesta segunda. A mãe, a dona de casa Aline Schimidt da Silva, 31 anos, conta que a menina foi diagnosticada com toxoplasmose quando tinha 4 meses de idade, no ano passado.

- Descobrimos que ela tinha lesões no olho quando ela começou a caminhar, em junho. Ela começava a se debater na mesa, na parede... Ela tem duas lesões no olho esquerdo, mas não sabemos o tamanho do prejuízo, só quando ela começar a falar. A descoberta foi um baque. A gente está sempre preocupado, não tem descanso, é bem difícil - comenta.

No ano passado, 1,5 mil pessoas foram diagnosticadas com toxoplasmose em Santa Maria. 

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